Observo...
uma cidade que não para
pessoas que caminham, seguem suas vidas...
no degrau de um estabelecimento fechado
um homem prepara num pão o lanche para seu almoço,
enquanto o cachorro que passeia com o dono começa a farejar o sabor de sua comida
Adolescentes prostrados em frente aos muros de uma escola
em seu torpor e formas de agir típicos
rotinas e exceções, novos passos e execuções
nos traços da cidade inquieta
Essa cidade reflete quem sou, o que sinto...
Em meio a tantos acontecimentos minúsculos
cheios de singularidades
anseio pelo tempo que possa ser meu
só para que eu possa desfrutar da minha reflexão
de tudo que parece fútil e sem sentido...
e que a pressa de esperar
pelo que vai acontecer
e querer fazer as coisas acontecerem
possa ser substituída pelo desenrolar natural dos acontecimentos
sem o êxtase do momento,
mas com uma felicidade tranquila
capaz de amolecer qualquer tensão.
SP, 10/02/2011 Angústia