domingo, 20 de dezembro de 2009

"já não sonho, hoje faço, com meu 'passo' meu viver"

não tem mais ilusão
transformei vontade em realidade

no balanço das canções que aprendi a gostar
emergiram, surpeendendentemente para mim e para os outros,
uma força e uma energia capz de impressionar a todos, inclusive a mim

saí do casulo e comecei a voar
pus salto alto e dei estrela no ar,
com algumas plumas me enfeitei

na tranquilidade do forró
no romantismo do bolero
na ginga do samba
na entrega do zouk
na alegria da salsa

vou traçando o meu bailado
levando os trocadilhos, os cambrets, os ganchos, as caminhadas e os shines
de repertório para o baile que é a vida

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a dançar, eu pretendo levar a vida

domingo, 6 de dezembro de 2009

"Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda." (Carl Gustav Jung)


Passei grande parte dos momentos da minha vida tentando ser alguém quem eu não era
Ou idealizando como seria quando eu finalmente “incorporasse” o meu papel e atuasse
Quase todo momento, era ocasião para devaneios e fantasias que me transportassem para algo que eu não era

Ser, estar, aparecer, arrasar, chamar a atenção, criar e viver histórias como essas que a gente vê na TV
mas que parecem nunca dar certo, pois duram apenas o momento necessário para que nos demos conta de que tudo se trata de uma representação insustentável

Ao mesmo tempo, eu mantinha a janela fechada, olhava tudo de dentro, louca para saltar
cheguei a sair, em alguns momentos dessa casa, mas sempre era forçada a retornar, pois não era possível sustentar um personagem que eu não era

Hoje eu ainda não sei quem eu sou
e nem sei se parte das minhas aspirações são verdadeiras ou ainda se ligam a um ideal que aprece dar certo de longe, mas que só tem graça situado num contexto, que não é o meu
Ainda sonho com situações mágicas, momentos inesquecíveis, lugares mágicos, ao lado de pessoas especiais, que nem sei quem são, mas tenho esperança que um dia apareçam

Mas estou mais ciente de que não há história interessante sem contexto
Aos poucos, estou criando o meu contexto
e me conformando a aquilo que tenho nas mãos, ao meu alcance
é com isso que tenho que lidar e é a partir dele que posso criar a minha realidade
e certos desejos e aspirações não se encaixam aí, justamente porque o contexto é outro
pois se trata de um jogo de relações diferente em questão

Mas eu mesma sei que as coisas  podem mudar de uma hora para outra
trazendo situações novas e inesperadas, nas quais a minha história vai acontecendo
e é ele que tenho que aceitar
enxergar sua beleza, na sutileza dos acontecimentos,
tentando entender a importância que significam em minha vida
é daí que você percebe que é diferente demais dos outros para querer ter histórias clichês
Você tem a sua história,que carrega o seu contexto e é bela e interessante por causa disso

Chega de fantasmas e modelos
enxergue-se como você e é, aja conforme o seu contexto
e tudo o que vai aparecer é verdadeiro
a sua verdade

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"e o que era doce se acab..." peraí... era doce mesmo??

não sou de lamentar desilusões
apenas me sinto afetada por elas

mas quando alguém me desaponta
e, de repente, te faz rever todos os conceitos, todos os parâmetros, todos os desejos, todas as vontades
aí o meu racional não exerce tão bem o seu papel

e o não-dito, antes tão ansioso por realizar-se em seu contrário,
gera um mal-estar, ao se dar conta de sua irrelevância,
provoca ânsia, por se ver associado a algo que, na verdade, nunca existiu,
fruto de uma situação sustentada por atitudes
instaurando a idéia de que não é preciso dizer mesmo mais nada

em tempos de reviravoltas, nos quais nem o doce é mais doce,
nos quais você percebe que errou feio, passou longe
é que vale se empenhar pra realizar a receita verdadeiramente doce
da qual você provará somente ao lado de quem realmente merece

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Suspiro

é pensar como deve ser bom quando se baixar as armas
mas curtir as indiossincrasias e aflições do "ainda não",
do não saber o que dizer, havendo tanta coisa para ser dita


é esperar ansiosamente por um resposta da qual se teme
e se alegrar com cada sinal de "sim", interpretado de atitudes dúbias e tímidas


é lembrar da cara de felicidade quando dos momentos conjuntamente vividos,
dos suspiros compartilhados

é saber da impossibilidade do agora entre nós,
mas se alegrar por ter a esperança do amanhã para sonhar

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Quebra-cabeça de mim

Parece como um vício, mas não é.
É uma obrigação para comigo mesma
Em traçar uma rota, uma trajetória na qual eu precise
Me esgotar , encaixar-me nos outros, enxarcar-me

De relações,
De afetos,
De desejos,
De experiências
Das mais diversas formas possíveis
Dependência afetiva
Na ânsia de que isto signifique o saber e, daí o poder...
Mas eu fujo dos afetos, de suas conseqüências emotivas, pois,
Na verdade, quero viver.
Vivenciar o que até tão pouco tempo não me havia permitido

Tudo aprece ter começado com uma patologia
Na qual eu mesma me aprisionei e criei o sintoma
Eu era uma, única, de uma pessoa
Sem ser ninguém, ser ser eu mesma
E nisso eu me perdi, cerceei-me
Criei um personagem da qual ainda luto para me libertar
Do quebra-cabeças de mim
Ainda desmontado pelo chão
Uma das únicas coisas que sei que quero fazer
É tentar encaixar a minha peça em muitas e muitas outras
Em algumas, o encaixe é fácil e parece servir
Em outras, sobra algo
Aí fico pensando como ainda tenho várias tentativas pela frente
Isso às vezes me apavora
Pois no fundo percebo que nem posso me enganar com uma felicidade superficial
Viro os quatro lados
Experimento combinações
Pode demorar um pouco para eu perceber que não dá
Pois o descarte é doloroso
Por mais que no fundo eu saiba que esse sofrimento é inerente e, por isso, inútil

Tenho sérias dificuldades em dizer “não”
Para mim mesma
às vezes me boicoto
me furo, me escondo dos outros
Olho-me no espelho e não me sinto satisfeita
Não me enxergo como eu queria
Mas isso já me incomoda
Talvez seja um sinal de que
é preciso ressurgir
Pular a janela
Revelar a todos a minha verdade
E que se dane o resto
Não se trata de egocentrismo
Mas apenas de perder o medo de se ser quem se é... ou quem se quer ser
Pois só assim
Estarei pronta para uma outra viagem
Na qual eu não tenha medo de embarcar e construir algo novo e totalmente diferente
Sem o medo de enfrentar o desconhecido
Sem sentir saudades e, ao mesmo tempo, enjôo de jogar
um jogo no qual que tenha que
representar um papel
Pois isso é fake
E eu sempre fiz fakes
Mas tão bem que pareciam reais

Na minha cabeça isso só será possível e agradável depois de múltiplas tentativas
Como uma surpresa, ao achar uma peça correta distraidamente
embora o pouco do desenho já montado
esboce uma bonita paisagem
só queria dizer que
Por ora, é difícil aceitar o que se tem

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

para além da química, tem a física: lei de newton do amor

Agora virou questão de honra te conquistar

quero, como no começo, usar aquela força
- o impulso emergente da repulsa
que surgiu por você me provocar
e fingir não querer nada
pra tornar você ativo,
para além do desejo surdo e mudo,
mais além da perda da razão
que não a física, mas a química pode explicar

só que agora vai ser tudo mais intenso

vou falar e agir como eu bem entender
sorrir, sorrir e te olhar,
provocar, dar a entender,
deixar as coisas no ar...
usar cada situação para te surpreender

até fazer você pensar
que talvez você não tenha outra opção
senão aceitar
que você já está lá
e que a este ponto
qualquer silêncio pode significar
o fim de tudo

mas se você me chamar
confessar
me contar o que esconde de mim...

jogarei-me em seus braços
sem nada mais questionar
confiarei nos teus atos
e não direi nada
com a certeza de que será bom
enquanto durar

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ode à dança

danço danço danço
não me canso de rodar
na hora do baile, o que vale é aproveitar,
se deixar levar.

não tenho mais medo de errar.

a dança mexeu comigo,
baleou minha razão e aguçou minha emoção,
pois é preciso sentir,
pra entender a condução.

sentindo o outro e o "eu"
a rodar pelo salão,
corpos unidos num só
movimento com razão

compreendi que a vida é desejo,
é arte, é fogo, é paixão
e a dança apenas expressa
o que há tempos levamos no coração.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

um passeio no reino dos prazeres

Um encontro, olhares
Explosão de sentimentos indescritíveis, apenas passiveis de serem sentidos
Ela procurava disfarçar a delícia o medo ao vê-lo fita-la sem parar
Ele, ao perceber que ela havia reparado, disfarçava seu desejo através de uma atitude de liderança ativa
O que ambos não sabiam era que pouco conseguiriam sucumbir às intempéries de uma atração quase que irremediável
E por que levar em consideração o “quase”?
Talvez fosse só uma aventura
Talvez passasse depois de um mês ou de uma noite
O que eles não achavam justo era ter que colocar tudo isso no campo do “quase irremediável”
Há coisa mais cara e difícil de se pagar do que o preço do arrependimento de um desejo não realizado?
Os dois tinham muita riqueza e preferiram esbanjá-la em apostas no reino dos prazeres

quarta-feira, 8 de julho de 2009

invenção de pensamentos

O clima era quente - não aquele calor que incomodasse a alma e os sentidos - mas o que proporciona um alívio ao se chegar num lugar mais fresco, quando os movimentos cessam...
Caminho debaixo do sol, ao longo de ruas, atravessando multidões sem deixar de observar alguns detalhes que alguns de transeuntes deixam transparecer de forma menos implícita.
A observação dos outros, da vida correndo, do tempo passando em meio às atividades do dia-a-dia dos outros me acalma. Gosto de parar por segundos para dar espaço á manifestação de meus devaneios que surgem destas observações. Gosto de coisas - de ficar imaginando-as para além de sua condição de objetos - gosto de vê-las interagir com humanos, de fazê-los agir, de serem as fontes da ação. Dá a sensação de que, por mais sozinha que esteja, seja acompanhada por "outros", pois cada ação minha está ligada a uma série de múltiplos encadeamentos que envolvem coisas e pessoas.
A solidão desdes momentos se estende até quando eu tiver que ser interrompida para fazer algo. Mas enquanto esse momento não chega delicio-me com a miríade de mundos e histórias que crio dentro de mim, muitas vezes inserindo-me intrinsecamente nas vidas dos outros, de uma maneira até covarde, pois eles mal podem imaginar que me deram essa liberdade. Gosto de histórias - de acompanhar seus desdobramentos, de me imaginar nelas.
Paro por um instante, fito-me no espelho e é como se compartilhasse comigo mesma os segredos que eu não me canso de inventar.

terça-feira, 30 de junho de 2009

inputs outputs

Interiorizo-me no externo,
pois é só no contato com o mundo que o íntimo se revela
e a linguagem oculta da minha alma se faz aparente.

Quando rio, falo, danço e olho

Mas que percebo só quando calo.

sábado, 13 de junho de 2009

Cansaço

Tem horas que a gente cansa.
Cansa de esperar pela situação ideal, pela conversa ideal, pelos encontros pré-programados, imaginados uma semana antes em nossas cabeças.
Porque quando estas situações todas estão prestes a acontecer, a gente entra em desespero: vai acontetecer! E agora?? Será que era desse jeito mesmo que eu queria?
- Não, não era. O que se queria, o "como" se queria não existe na verdade. Só em nossas cabeças. E é por não aguentarmos de ansiedade que projetamos coisas em nossos sonhos. Com isso, toda a magia que poderia haver no acontecimento se esvai.

está na hora de tirar certas cosias da cabeça, de fazer uma limpeza profunda em certos ranços que estão lá me incomodando.

é difícil ficar à mercê dos acontecimentos futuros, sem projetar, sem se cansar de esperar. Sem esquecer que o que basta é viver.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Aos 25... (notações para a posteridade)

Aos 25 comecei a me cobrar mais por coisas que eu já deveria ter feito
Parei pra pensar que estou ficando velha
Comecei a me preocupar com meu futuro
Fiquei com vontade de casar e ter filhos um dia
Tive medo dessa minha vontade.

Aos 25 percebi que já sou uma mulher feita
Que teoricamente não precisaria mais de ninguém para me sustentar
e que para isso tenho que correr atrás do que quero
Tenho que garantir o que é meu
Antes que o meu sonho se esvaia.

Tomei consciência de que realmente são poucas as coisas e pessoas que me agradam
E que é preciso valorizá-las ao máximo
Comecei a ter saudades do que já vivenciei
Mas a ânsia por vivenciar ainda mais aumentou
Pois o sentido da passagem do tempo se alterou.

Aos 25 me vi na frente de muitos de minha idade
Me vi futura mestre sem saber o que fazer com o diploma
Cansei de ser vista apenas como estudante
Cansei da vida de cientista
Tive vontade de procurar e ter um emprego de verdadede ganhar dinheiro, pra mostrar que sou independente.

Por conta disso, encontrei-me no meio de uma encruzilhada
Sofri com a opção que foi mais sorte lançada do que uma escolha premeditada
Ansiei por um resultado do qual mal sabia as conseqüências
Mas como forma de me convencer de que era um sinal para aonde deveria seguir
Caminho, ainda assim, não conhecido. Apenas arriscado.

Aos 25 percebi que havia parado no tempo
Que era mais burra em algumas coisas do que imaginava
Que era mais recatada do que gostaria
Que era mais inocente do que as mulheres de 25
E que a minha inexperiência ainda renderia muitos erros e acertos.

Que ainda passaria por muitas gafes
Que os frios na barriga estavam apenas começando
Que os tombos machucavam mesmo
E as vitórias parecem cada vez mais difíceis
Mas as comemorações são melhores.

Descobri que tinha muito medo do que não deveria ter
Que precisaria acreditar mais em mim
Que a gente acaba forjando as situações a partir do que a gente mostra pros outros
E que isso pode gerar pseudo-milagres ou situações deprimentes
E para encarar tudo isso, a auto-estima é fundamental

Aos 25, vivenciei na pele que a bela adormecida um dia acorda
E aí tem que correr atrás do prejuízo
Mas que a ingenuidade e a força de vontade com a qual conta
é mais do que vantagem em certos momentos
e isso que falta à maioria das mulheres de 25.

sábado, 18 de abril de 2009

incompletude

Nunca fui saudosista de minhas antepassadas
Tampouco tive vontade de viver em outra época
Mas confesso que deve haver algo de errado com o espírito do nosso tempo

Antes, a única preocupação era arrumar um noivo
Hoje, vejo as mulheres se matando de trabalhar, para poder provar que são independentes
Muitas se aborrecem por estar fazendo uma coisa que não sabem bem se é o que querem
Outras nem têm tempo para pensar nisso.
O importante é ter um salário para poder satisfazer seus luxos.
Não vejo nada de mal no luxo em si
Mas não gosto de ver tanta gente lutando tanto, contra si e dentro de si para mudar
Para fazer planos para um futuro pré-programado
Sem sonhos, sem riscos, sem novidade

Fico me perguntando, afinal, qual é o sentido de tudo isso?
Vale tanto assim lutar para juntar dinheiro, para ter um lar, para construir uma vida de classe média?
Não seria mais fácil pensar em ganhar só o que se precisa para viver?
Um aluguel, umas roupas, umas viagens, uns restaurantes de vez em quando, alguma diversão?

Porque de repente, a vida passa e a gente fica velho e vê que tem um monte de coisas que a gente lutou para conquistar... ah, como essas conquistas fizeram a gente sofrer, a gente amargurar, a gente sufocar os sonhos de arriscar um pouco mais....

Se não foram as risadas
Se não foram as viagens
Se não foram as baladas
Se não foram os amigos
Se não foram os amores
Tampouco as posses os serão.

Qual o sentido de nos aborrecermos com tão pouco?
de lamentarmos o possível fracasso de nosso enorme esforço para demonstrarmos nossa produtividade e utilidade, para mostrarmos que estamos ralando e conseguindo resistir bravamente, apesar de tudo?

No final tudo aprece tão à toa... parecemos figurantes, uns marionetes bestas aqui que vieram e não fizeram anda para tornar a sua vida e a dos outros um pouco mais interessante.

domingo, 22 de março de 2009

Do final do verão, ou o pós carnval

Momento de inflexão
De parar para pensar
Avaliar o caminho percorrido
Contentar-se com os resultados obtidos
Projetar o futuro,
Levando em conta todas as possibilidades
E o que realmente se deseja
Verificar se o desejado é viável
E refletir sobre o indesejado
Sobre o porquê de existir determinado conforto em aceitar certas situações.
Parece claro que, ao se conformar e aceitar determinação situação,
sabe-se que há poucas possibilidades de perder.
Mas e se se ousar?
É preciso também ter cuidado ao ousar
Saber os seus limites
Saber aceitar as portas que se abrem
Mesmo quando o presente oferecido não corresponde em um primeiro momento ao sonho desejado

domingo, 1 de março de 2009

O sentido de uma viagem consiste na possibilidade da incorporação de lugares e situações de forma intensa à nossa história de vida. Eu respeito as minhas memórias.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Razão é fácil falar, emoção é fácil seguir

Chega uma hora que a gente tem que se conformar, perceber que o que tanto desejamos e ansiamos não passa de uma medida errada para nossas necessidades e que tal desejo é, senão, uma forma de ocultar essa verdade - um antídoto contra nós mesmos, contra nossos valores mais profundos e nossos verdadeiros desejos.

Mesmo assim, quem disse que a gente consegue agir racionalmente e seguir essa receita perfeita em busca da felicidade em um relacionamento? Pelo menos em mim há uma pontinha de esperança de que uma chance a mais possa trazer momentos muito bons e inesquecíveis, capazes de compensar toda a cautela anterior...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Impasse

Sonho e me encanto
imagino e me alegro
reflito e me assusto
concluo, não decido

e se? e se? e se?
o que não acontece não merece ser avaliado, medido, projetado,
pré-definido, combinado ou idealizado

a ânsia por decidir a decisão certa só me deixa mais indecisa
presa a uma ilusão ilógica
solta em meio a um buraco negro de idéias e pensamentos sem sentido

vontade, desejo e repulsa misturam-se num melaço denso
incapacidade de separar
indefinição profunda
ser e estar
descontinuidade
não e sim

quero tudo: você, eu, ela, nós aquilo, isto
o doce, o difícil de engolir
o pobre, o rico, o de classe média
o quente, o "normal"
o falante, o calado,
a paixão, o acalanto,
o desejo, a satisfação
a plenitude, a serenidade, a explosão
o prazer e a paz.

Vida.