Não é o não fazer, não é o fazer
tanto
Tanto que às vezes é visto como
nada
Que me tranquiliza
É simplesmente ter deixado de
fazer o que não se queria
Longe do que não se suportava
Mais perto de si, do que se
acredita
Tempo puro, devolvido a mim mesma
Liberta da tirania do presente
que estou.
Tempo dos acontecimentos que se
encaixam um outros mundos, realidades variantes, tempo que se comunica com
outros presentes
E é nesse emaranhado, na
coexistência que vejo
a roda da vida girando
A roda da fortuna girando
de fora
Esperando a hora certa de pular
nela de novo
Esperando, desta vez, fazer com que os acontecimentos que venham não sejam
rebatidos apenas no presente que os atualiza, mas que variem nos distintos
tempos e mundos da minha existência.